Verde. Uma vida volúvel, e verde.
Eis uma constante em meio à efevercência, onde a mais primordial das características se faz eterna. Muda o cenário, muda a platéia, transforma-se o protagonista.
Não há avanços, tampouco retrocessos. Muito antes da evolução, há a transfomação. Represento, assim, como num círculo qualquer, o que fui, o que sou e o que serei, dentro de um mesmo impulso frenético, exibindo tanto méritos quanto cicatrizes. E ando por aí, com toda a minha bagagem de traços esverdeados, livre e desprotegida, não como um pássaro - pois minhas asas são demasiadas frágeis -, mas como o ser errante que sou. E, aceitando essa concepção de total imperfeição, sinto-me caminhando dentro de uma vitrine, revelando vitórias ofuscadas por fracassos à todos que por mim passarem, exatamente como ao admirar a transparência das águas de um riacho recém-formado.
Eu, contudo, não me apresso. Caminho lentamente por trás da vitrine e sinto-me viva, humana. Mostro-me inteira. Talvez esteja mais individualista do que jamais fui: prendo-me às minhas condições, tangencio a essência do expressionismo contido em minha cor e sigo em frente, dando origem a um novo contorno circular. Certo dia, quando não o estiver procurando, talvez encontre meu percurso linear. E talvez a inconstância me leve a seguir seus rumos, não sei...
Mas por Deus, só não me peçam para que se apresse o sol poente. Tal loucura é incabível mesmo aos olhos dessa minha imponderabilidade diária.
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